Com os direitos trabalhistas atrasados há meses, cerca de 350 médicos do Hospital Regional do Oeste e Hospital da Criança, ambos localizados em Chapecó, decidiram paralisar as cirurgias e consultas médicas eletivas que estavam agendadas. A paralisação ocorre a partir desta segunda-feira (20).
Nova ala do Hospital Regional do Oeste, em Chapecó — Foto: Mauricio Vieira/Secom/ND
As unidades de saúde localizadas na maior cidade do Oeste de Santa Catarina passam a contar apenas com os atendimentos de urgência e emergência, por tempo indeterminado.
Os médicos prometem encerrar a paralisação apenas quando os valores em atrasado forem pagos. Alguns profissionais decidiram até pedir demissão dos cargos por conta da situação. Conforme o hospital, os pacientes que tinham consultas agendadas serão avisados dos cancelamentos pelo NIR (Núcleo Interno de Regulação).PUBLICIDADE
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A categoria reivindica o atraso no pagamento da produtividade médica, desde junho deste ano, e os plantões e sobreavisos, desde setembro. No início do mês, os profissionais enviaram uma carta à direção da ALVF (Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira) comunicando a suspensão dos serviços eletivos em um prazo de 15 dias caso não o problema não fosse solucionado.
Amauri Antônio Biazi, diretor clínico do HRO, afirmou que a SES (Secretaria de Estado da Saúde) destinou neste mês R$ 7,2 milhões para o pagamento dos valores, mas segundo o hospital, foi insuficiente para saldar as dívidas.https://904ac058b212abba0ae9a9e73c1a8351.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
O secretário do Estado de Saúde, André Motta Ribeiro está em Chapecó nesta segunda-feira. “Estou com bastante preocupação. O HRO é um hospital importante para a cidade, para a região e para SC”, disse.
Para Motta Ribeiro, o problema não está nos valores repassados, mas sim na administração financeira. O secretário afirmou ainda, que o HRO foi o hospital que mais recebeu recursos federais e estaduais em Santa Catarina. Ao todo, foram mais de R$ 180 milhões somente em 2021.
O que diz a associação?
A Diretoria Executiva da Associação Lenoir Vargas Ferreira informou em nota, nesta manhã de segunda-feira, que entre janeiro e setembro de 2021 foi contabilizado um gasto de R$ 189.101.370,81, mas só foram recebidos R$ 161.951.759,40.
Também acrescentou que solicitou a Prefeitura de Chapecó um encontro de contas referente ao período de janeiro a novembro de 2021. E descartou a culpa dos atrasos por parte do Governo de Santa Catarina.
O que diz a Prefeitura de Chapecó?
Em nota, a Prefeitura de Chapecó informou que não recebeu formalização de nenhum pedido de pagamento por parte da associação.
“Ou seja, não há pedido de pagamento pendente em análise. Chapecó está adimplente com suas obrigações perante o hospital”, completou.
Ao longo desta semana, reuniões serão realizadas entre a Prefeitura de Chapecó, a Secretaria de Estado da Saúde, a administração dos hospitais e os médicos. Se não houver solução, a AHLVF pode ser destituída da administração.
“Tenho conversado muito com a gestão do hospital. Eles precisam melhorar esses processos internos. Nós precisamos achar uma solução, se não achar com essa empresa, que seja com outra”, finalizou o secretário de Estado da Saúde.
Com informações ND+
