A reforma no time do Grêmio a cargo de Mano Menezes ainda será uma obra em andamento por algum tempo. Sinais disso surgem quando um problema é solucionado, e um outro ressurge. Foi o caso no empate em 1 a 1 com o Bragantino, na noite deste sábado (10). Quando a defesa se portou bem na Arena, o ataque falhou. Quando o gol da vitória saiu aos 41 do segundo tempo, com Amuzu, o empate reapareceu dois minutos depois com Pita.
O ponto somado em casa fez o Grêmio pular momentaneamente para a 14ª colocação após o primeiro dia de jogos da 8ª rodada do Brasileiro. No domingo (11), porém, pode perder mais duas posições. No próximo sábado (17), o adversário será o São Paulo. Antes, recebe o Godoy Cruz, na terça-feira (13), pela Sul-Americana.
Nathan Pescador tocou 14 vezes na bola no primeiro tempo. O seu número de ações mostra como a opção de Mano Menezes para articular o time não funcionou. O meia foi a mais estridente das seis trocas efetuadas pelo treinador em comparação ao empate com o Atlético Grau no meio da semana. Outras, como Braithwaite e Marlon, eram esperadas no mexe e remexe “Meneziano” para reconstrução do time.

Foto: Jonathan Heckler
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A atuação de Nathan sintetiza o status do futebol sem textura do Grêmio nos últimos tempos. O meio-campista, na etapa inicial, repetiu o desempenho de Cristaldo e Monsalve em partidas recentes. A equipe foi um vazio criativo. Toda produção ofensiva se resumiu em dois chutes de fora da área. O primeiro do próprio Nathan, aos 3 minutos, dava esperança de uma noite mais ofensiva na Arena. O outro foi de Dodi, aos 18. Ambos de fora da área. Os dois para fora. Escape gremista pela esquerda, Olivera se esforçou, sem obter sucessos relevantes.Os torcedores nas arquibancadas variavam entre uma quase indiferença à irritação em erros pontuais. As principais reclamações se voltaram para a lentidão na saída de bola. Os maiores ruídos saíram em lances de recuo para Thiago Volpi jogar com os pés.
Na outra ponta do campo, os gremistas tiveram mais acertos do que erros. O Bragantino mostrou velocidade. Encaixou algumas triangulações. Rondou a grande área gremista e, em alguns raros momentos, entrou nela. Em todos eles, sempre apareceu um pé gaúcho para evitar uma jogada de maior perigo.
O volume ofensivo paulista não se traduziu em oportunidades claras para marcar. Assim como os donos da casa, os visitantes concluíram apenas de fora da área. Pelo desempenho dos dois lados, parecia haver uma nova regra em que era proibido chutes de perto do gol.
Aos 4 minutos do segundo tempo, a Arena, enfim, explodiu. Em vaias. Nathan errou um passe simples e não foi perdoado pelas arquibancadas. Instantes depois, outro estouro não aconteceu por motivos de Volpi. O Bragantino rodou a bola até o cruzamento da esquerda encontrar a cabeça de Lucas Barbosa. Pego no contrapé, o goleiro gremista mudou de direção e tapeou a bola em grande defesa. Na sequência, em lance semelhante, a bola passou sobre o travessão.
Não era mais uma questão de se teríamos novos apupos, mas de quando aconteceriam. Foi aos 13 minutos. Nathan deixou o campo com um trilha sonora tenebrosa para o seu ouvido. Pior para o garoto Alysson, outro substituído. Entraram Monsalve e Amuzu. Nos 12 minutos seguintes às trocas, se viu um outro Grêmio.
No período, o goleiro Cleiton manteve o 0 a 0 em três oportunidades. Duas delas contra Braithwaite. Primeiro, espalmou cobrança de falta. Depois, interceptou arremate cruzado. Entre elas, Jemerson acertou cabeçada no ângulo. Cleiton voou para salvar.
O gol saiu aos 41 minutos em chute de fora da área de Amuzu. Minutos antes, ele quase tinha anotado um golaço em arremate de primeira. A alegria durou dois minutos. Aos 43, Pita recebeu na quina da área para vencer Volpi e frustrar a torcida gremista.
Gaúcha/ZH