O Inter se classificou sem sustos, mas com folclore para ser o único gaúcho nas oitavas de final da Copa do Brasil. O time de Roger Machado venceu o Maracanã-CE por 3 a 0 no Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis (os cearenses venderam o mando), gols de Alan Patrick, Wesley e Óscar Romero.
Somado ao 1 a 0 do Beira-Rio, o placar final foi 4 a 0. A curiosidade foi que a equipe perdeu três pênaltis – e já tinha errado um na partida de ida.
Roger mandou a cavalaria toda para o jogo. A força máxima disponível foi escalada para o confronto em Santa Catarina. Fernando e Victor Gabriel, preservados no final de semana, voltaram ao time titular. Gustavo Prado ganhou chance, no lugar de Thiago Maia, desmanchando o modelo de três volantes de origem.
Antes do jogo, uma situação inusitada. O Inter estrearia a camisa branca, mas a semelhança com o uniforme do Maracanã obrigou o time gaúcho a trocar o fardamento momentos antes da partida, atrás de um dos gols. Os colorados jogaram todo de vermelho.
O primeiro tempo, a lesão e a cavadinha
Já nos primeiros movimentos deu para ver o que seria o jogo. O Inter partiu logo para cima tentando marcar um gol cedo e resolver a disputa. Explorando bastante o lado esquerdo, especialmente com Gustavo Prado e Bernabei, o time gaúcho insistia nas jogadas pelo lado.
Aos sete minutos, o lateral cruzou rasteiro e um dos zagueiros cortou para trás, assustando o goleiro Rayr. Outra alternativa que surgiu foi a de chutar de fora da área. Victor Gabriel e Bruno Henrique tentaram, mas os chutes passaram ao lado da trave.
Aos 20, um susto. Victor Gabriel torceu o tornozelo ao disputar com Bravo na intermediária. Ele foi atendido por dois minutos em campo. Ficou mais cinco mas não resistiu. Juninho entrou em seu lugar.
O Maracanã chutou pela primeira vez aos 27. Davi Torres fez pivô na entrada da área e Bravo bateu, mas longe do gol. Dois minutos depois, o Inter ganhou um presente. Alan Patrick cobrou escanteio e Wilker saltou com o braço para cima, defendendo a cabeçada de Vitão.
A árbitra Edina Alves Batista foi chamada ao vídeo e não teve dúvida: pênalti. Alan Patrick inventou. Foi dar uma cavadinha e devolveu o presente. Pela segunda vez no confronto, Rayr defendeu a cobrança do camisa 10 colorado.
O erro quebrou o jogo. O Inter perdeu o ritmo e a confiança. E até cedeu alguns ataques ao Maracanã, que pecava na falta de qualidade para finalizar.
Só nos acréscimos o time gaúcho voltou a atacar. Ricardo Mathias apanhou uma sobra na entrada da área e bateu no cantinho, mas a bola pegou na trave e não entrou. No rebote, Bernabei chutou e Rayr defendeu. O goleiro saiu como herói do primeiro tempo, e o Inter, vaiado.
— Meu pai me falou que teria um pênalti e que o Alan Patrick bateria de cavadinha. Quero agradecer a Deus e ao meu pai — contou Rayr à TV, no intervalo.

Mais dois pênaltis perdidos, mas com goleada no segundo tempo
Roger não mexeu na equipe no intervalo. A dúvida maior era saber se haveria mudança de atitude e de intensidade.
E houve. Aos quatro minutos, Bernabei sofreu falta na entrada da área. Alan Patrick, aos cinco, cobrou por cima da barreira e Rayr não teve reação: Inter 1 a 0.
Aos oito, esteve perto de ampliar. Bernabei tabelou com Wesley, entrou cara a cara com o goleiro e bateu com o lado de fora do pé. A bola raspou a trave. Aos 10, Wesley recebeu de Ricardo Mathias, ganhou na velocidade da zaga e chutou, Rayr salvou. Aos 14, Wesley entrou na área a dribles e foi derrubado. Pênalti. Aos 16, Wesley cobrou. E Rayr defendeu de novo. No rebote, com o gol aberto, o mesmo Wesley chutou por cima.
O goleiro voltou a brilhar aos 19. Alan Patrick bateu escanteio para a área e Wesley cabeceou. Rayr impediu, mais uma vez, o gol do camisa 21 colorado. No minuto seguinte, Wesley recebeu de Bernabei, foi ao fundo e cruzou, Alan Patrick pegou de primeira e concluiu para fora.
Aos 23, Alan Patrick entrou na área a dribles e foi derrubado. Terceiro pênalti na noite. E, pela terceira vez, a bola não entrou. O camisa 10 encheu o pé, mirou o ângulo e acertou o travessão.
O negócio era fazer com a bola rolando. Wesley, enfim, marcou seu primeiro gol em 2025. Ele recebeu de Alan Patrick e, na frente do goleiro, cavou com categoria: 2 a 0, aos 28.
Gustavo Prado, aos 31, perdeu um gol incrível. Rayr falhou e deu rebote nos pés do meia-atacante colorado, que concluiu para fora.
Depois desse lance, Roger fez quatro trocas ao mesmo tempo. Ele tirou Fernando, Bruno Henrique, Wesley e Alan Patrick para colocar Ronaldo, Thiago Maia, Bruno Tabata e Óscar Romero.
Foi justamente Romero quem decidiu o placar. Aos 40, o paraguaio bateu da entrada da área e venceu Rayr: 3 a 0, placar final.
Agora, os olhos se voltam para o Sport, pelo Brasileirão. E, é claro, para o Bahia pela Libertadores, na quarta que vem.
Copa do Brasil — Terceira fase — 22/5/2025
Copa do Brasil — 3ª fase (volta)
Maracanã (0)
Rayr Miller; Rafael Mandacaru (Hugo Freitas, 38’/2ºT), Jairo Silva, Edimar e Leandro Cerqueira; Wilker Souza, Michel Pires (Anderson Santos, 29’/2ºT) e Rogério; Patuta (Soares, 17’/2ºT)), Davi Torres (Ronaldo, 17’/2ºT) e Bravo (Matheus Taumaturgo, 29’/2ºT). Técnico: Junior Cearense.
Inter (3)
Anthoni; Aguirre, Vitão, Victor Gabriel (Juninho, 25’/1ºT) e Bernabei; Fernando (Ronaldo, 32’/2ºT) e Bruno Henrique (Thiago Maia, 32’/2ºT); Wesley (Bruno Tabata, 32’/2ºT), Alan Patrick (Romero, 32’/2ºT) e Gustavo Prado; Ricardo Mathias. Técnico: Roger Machado.
Gols: Alan Patrick, aos cinco, Wesley, aos 28, Romero, aos 40 minutos do 2º tempo
Cartão amarelo: Ricardo Mathias
Local: Orlando Scarpelli, em Florianópolis
Arbitragem: Edina Alves Batista, auxiliado por Neuza Ines Back e Fabrini Bevilaqua Costa (trio paulista da Fifa). VAR: Wagner Reway (Fifa-MT).
Próximo jogo
Domingo, 25/5 — 16h
Sport x Inter
Ilha do Retiro (Recife) — Brasileirão (10ª rodada)
Gaúcha/ZH