Covid: Anvisa libera vacina da Pfizer para crianças entre 5 e 11 anos

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou hoje a liberação da vacina contra a Covid-19 da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. Serão duas doses com três semanas de intervalo entre elas. Atualmente, a vacina estava apenas autorizada para maiores de 12 anos. “Essa decisão da Anvisa resultará em um impacto no processo de vacinação”, afirmou na apresentação a diretora da Anvisa Meiruze Sousa Freitas.

O imunizante foi desenvolvido pela Pfizer/Wyeth especialmente para crianças, ao contrário de outros laboratórios que estão adaptando as vacinas de adultos.

O governo federal pode demorar para distribuir as vacinas infantis da Pfizer. Foto Divulgação

Doses devem chegar em janeiro

Apesar da aprovação pela Anvisa, o governo federal pode demorar para distribuir as vacinas infantis da Pfizer. Integrantes do Ministério da Saúde disseram que só iriam solicitar as doses específicas das crianças depois do anúncio de hoje.

A Pfizer afirma em nota que o contrato para fornecimento de 100 milhões de vacinas no ano que vem já inclui a possibilidade de entrega das versões modificadas do imunizante para crianças e confirmou que nenhuma dose pediátrica foi enviada ao Brasil. A expectativa de gestores do ministério é de que as doses comecem a chegar a partir de janeiro, mas o laboratório não informou em quanto tempo pode enviar estas vacinas após pedido do ministério.

Os imunizantes para crianças serão diferentes das doses aplicadas em adultos. Foto Divulgação

Testes apontam anticorpos em crianças

“Essa vacina é diferente da vacina para adultos em aspectos chaves importantes”, afirmou Gustavo Mendes, gerente geral de Medicamentos da Anvisa. Segundo a agência, o estudo da vacina em criança foi randomizado entre 2.250 crianças: elas foram divididas em dois grupos. Dois terços tomaram vacina e um terço tomou placebo (substância que não tem efeito no organismos) em um esquema de duas doses em um intervalo de 21 dias. “Comparando crianças de 5 a 11 anos com pessoas de 16 a 25 anos, com a dosagem diferente, existe a presença de anticorpos neutralizantes com a mesma intensidade” afirmou Mendes.

Segundo a gerente-geral de Monitoramento da Anvisa, Suzie Marie, as crianças que completarem 12 anos entre a primeira e a segunda dose “devem manter a dose pediátrica” porque “não há estudos sobre a coadministração com outras vacinas”.

Sobre os riscos, ela afirma que cerca de 60% das notificações de eventos adversos em países que já adotaram o imunizante da Pfizer estão relacionadas a complicações em “procedimentos da aplicação” e 39% a eventos leves, como dor no local da aplicação.

“Os benefícios da vacina superam os riscos e é preciso envolvimento da sociedade no monitoramento dos eventos adversos em crianças e a notificação são fundamentais”, afirmou Marie.

Uol


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