Declaração do presidente do TCE contradiz tese da CPI contra Carlos Moisés

A líder do governo na Assembleia Legislativa (Alesc), deputada Paulinha (PDT), integrante da comissão de impeachment – o segundo, que trata do caso dos respiradores – solicitou ao presidente do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE), conselheiro Adircélio de Moraes Ferreira Jr., esclarecimentos sobre a conversa telefônica com o governador Moisés, mencionada em depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). O contato foi tratado como “bala de prata” contra o governador na CPI dos Respiradores, levando a comissão a afirmar que o chefe do Executivo havia sido alertado pelo presidente do TCE para não realizar o pagamento antecipado dos 200 respiradores à Veigamed.

Em sua resposta, Adircélio ratificou na íntegra o seu depoimento, no qual relata que foram “diversas conversas com o governador, para tratar, de forma republicana, de assuntos relevantes da gestão e do controle, de alto interesse público, diante dos impactos da pandemia”. E que, “entre outros assuntos surgiu a preocupação com compras públicas, incluindo pagamentos antecipados, com relação à insumos, EPIs e respiradores, como destacado em meu depoimento ao MP-SC”.PUBLICIDADE

Adircélio também destacou, objetivamente, que durante a conversa “não se especificou esse processo dos respiradores, não foi abordado em específico”, e que o assunto foi abordado “de maneira genérica”.

A afirmação contradiz a conclusão da CPI, de que o governador tinha sido alertado, pelo TCE, para não efetuar o pagamento à Veigamed, argumento tido como decisivo para a responsabilização de Carlos Moisés.

Na próxima terça-feira (13), a comissão especial do impeachment decidirá pelo seguimento ou não do processo, que inclui a vice Daniela Reinehr, por não ter “vigiado” o Governador. O relator é o deputado Valdir Cobalchini. Este documento, encaminhado pelo TCE no último dia 9 de outubro, estará com os parlamentares para análise.

A declaração do presidente do TCE/SC é mais um fato a apimentar essa batalha política e jurídica que permeia o nebuloso processo que vive o Estado de Santa Catarina.

Por Por Renato Igor / NSC

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