Irmãos, tios, primos, cunhados e amigos da concordiense Roseli Stoll, que foi morta pelo ex-companheiro no dia 02 de dezembro de 2021, fizeram uma passeata pela área central de Concórdia na tarde desta terça-feira, dia 04. Eles solicitam mais diligências da Polícia Civil, já que o corpo de Roseli ainda não foi encontrado.

Os familiares iniciaram a passeata na Rua Coberta, às 17h30 e foram até a Divisão de Investigação Criminal, DIC, com cartazes. Eles acreditam que o ex-companheiro da vítima pode ter mentido, ao dizer que jogou o corpo no lago da Usina de Itá, em Alto Bela Vista. Também desconfiam que há mais pessoas envolvidas no caso. “Nossa intenção não é tumultuar, só queremos que a Polícia siga com as investigações, já que o corpo ainda não foi encontrado. Sabemos que eles trabalharam, investigaram, concluíram o Inquérito e o acusado pelo assassinato está preso, mas a gente acredita que ele mentiu sobre o corpo. Também acreditamos que mais pessoas participaram”, explica o cunhado de Roseli Stoll, Deonir Pavaron. “Queremos chamar a atenção. A Polícia já tem o acusado preso, mas a família não tem o corpo para dar o enterro digno que a Roseli merece”, argumenta ele.
Os participantes caminharam mostrando os cartazes, com frases contra a violência e com pedidos por mais investigações. Na sede da DIC, que fica na Rua Anita Garibaldi, eles deixaram os cartazes na entrada do prédio. “Nós precisamos de respostas, pois isso já virou um filme de terror, está muito difícil suportar a situação”, lamentou o irmão de Roseli, Cleimar Stoll. “Acreditamos que o corpo dela não está no lago. Os bombeiros não negaram esforços, fizeram de tudo e não encontraram. Nós também já reviramos o as margens e estamos todos os dias na água, e nada”, acrescentou.
O que diz a Polícia Civil:
O Jornalismo da Aliança FM fez contato com o delegado Álvaro Optiz, da DIC de Concórdia. Ele, que conduziu as investigações, informou que não há novidades sobre o caso e reafirmou que o Inquérito concluiu que o ex-companheiro é o responsável pelo caso. “Ratifico tudo o que já foi repassado. A Polícia Civil concluiu o Inquérito Policial dentro do prazo legal, indiciando o investigado pelos crimes de homicídio doloso triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O Ministério Público já denunciou o autor pelos mesmos crimes. A apuração dos fatos, de extrema gravidade, foi rápida e eficiente. O criminoso permanece preso preventivamente e já está respondendo ao processo crime, sendo que no decorrer de 2022 deverá ser julgado por um júri popular. A Polícia Civil também realizou diligências investigativas sobre informações que indicavam suposta participação de terceiros no delito de ocultação de cadáver, porém absolutamente nada de concreto foi apurado”, relatou Optiz.
O desaparecimento e a investigação:
Roseli desapareceu na noite de quinta-feira, dia 02 de dezembro. O inquérito policial mostrou que no mesmo dia após o trabalho, ela entrou no carro do ex-companheiro na área central de Concórdia e os dois foram até a casa dele. A Polícia Civil também concluiu que o ex-companheiro assassinou a vítima durante a noite, asfixiada com um cinto e que no dia seguinte colocou o corpo no carro e seguiu pela SC-390. Ele foi preso na noite de terça-feira, dia 07, próximo a Antônio Prado, RS. Durante a abordagem até tentou fugir, mas foi pego e confessou que havia matado a ex-companheira em Concórdia. Também contou que jogou o corpo no lago em Alto Bela Vista, amarrado em uma pedra. Ele foi levado ao local duas vezes para mostrar às equipes de buscas onde deixou Roseli. Cães farejadores também indicaram que o corpo pode estar no local. O motivo do assassinato, segundo a Polícia Civil, foi ciúmes. O casal estava em fase de separação e ela queria ir ao PR, visitar parentes. Isso teria motivado o crime, de acordo com a investigação.
Suspeito denunciado:
No dia 16 de dezembro a Polícia concluiu o Inquérito e encaminhou ao Ministério Público, com o indiciamento do suspeito, pelo crime de homicídio triplamente doloso, por motivo torpe, asfixia e ocultação de cadáver. No dia seguinte o MP, através da 2ª Promotoria de Justiça de Concórdia, ofereceu a denúncia, acolhendo o entendimento da Polícia Civil. A Justiça Criminal já recebeu a denúncia do Ministério Público e o ex-companheiro de Roseli Stoll deixou de ser investigado e passou a ser réu. Ele segue preso aguardando procedimentos da Justiça.
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