Grupo Bokitus, de Concórdia, tenta recuperação judicial

O documento do processo de recuperação judicial do grupo Bokitus, tradicional panificadora de Concórdia, foi encaminhado à Comarca local no mês de março e segue para apreciação da Justiça.

Segundo a empresa, o fator que teria comprometido as atividades foi o resultado das eleições presidenciais deste ano. Conforme o documento, “a insatisfação de parte da população com o resultado das urnas acarretou na paralisação dos caminhões e bloqueio de rodovias, o que gerou queda nas vendas”.

O Grupo Bokitus aponta também a Guerra na Ucrânia que teria elevado o preço do trigo no mercado, atingindo em cheio a principal matéria-prima utilizada pelas cinco empresas. Assim, o preço do trigo disparou 130% entre janeiro de 2020 e abril de 2022.

Para dar sustentação ao pedido, o Grupo Bokitus alega ainda que “o rompimento de parceria firmada com uma grande rede de supermercados que adquiria 70% da produção foi o marco inicial da crise”. Com isso, as cinco empresas tiveram que buscar recursos em instituições financeiras. Com o fim da parceria, detalha o documento, “as dívidas adquiridas permaneceram e as vendas diminuíram drasticamente”.

A empresa entrou com pedido de recuperação judicial na Vara Regional de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de Concórdia. A solicitação judicial visa “a garantia dos 260 empregos diretos e de outras centenas de indiretos”. O pedido ajuizado tem por objetivo, também, suspender todas ações que venham a ser feitas contra as cinco empresas. Um administrador judicial já foi nomeado. A causa tem valor de R$ 13.159.860,66 e o processo não está em segredo de Justiça.

Administradora nomeada

A Justiça nomeou a empresa Innovare, de Criciúma, para administrar o processo de recuperação judicial do Grupo Bokitus de Concórdia. Será apresentado um plano de negociação para os mais de 100 credores. Ainda não há data para a assembleia, mas tudo indica um prazo de 180 dias.

Os credores já foram intimados a cerca do processo. O responsável pela Innovare, administradora da recuperação judicial, Mauricio Polle de Figueiredo, informou que as empresas devedoras do grupo vão apresentar um plano de pagamento e esse plano será levado à assembleia. “Se tiver impugnação ao plano, a Justiça vai determinar que se faça uma assembleia geral para discussão. Esses serão os passos que serão tomados nos próximos meses”, detalha Figueiredo. (Rádio Aliança)

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