Hospital São Francisco vê com preocupação possibilidade da terceira onda da Covid-19

Um alerta de profissionais da área de saúde está deixando o país em atenção para a ocorrência da terceira onda da Covid-19 em um intervalo de cerca de um ano apenas. Conforme os prognósticos das últimas semanas, a intensa circulação do coronavírus, a lentidão da vacinação e o acometimento de pessoas mais jovens são indícios que apontam para a nova onda.

A previsão foi emitida também pela Fiocruz, uma das mais renomadas instituições de saúde e ciência da América Latina, apontando que ela pode ser ainda pior do que a segunda. Diante disso, o Hospital São Francisco, de Concórdia, que atende a diversos municípios da região e de outras partes do Estado, também já vê com preocupação a chegada de mais um pico da pandemia da covid-19.

Na segunda onda, o hospital teve até 130 internados, sendo parte destes pacientes que aguardavam em fila por um leito, além de um aumento significativo nas mortes. Por isso, conforme o diretor da instituição de saúde, Claudemir Andrighi, a equipe está monitorando o número de casos e se equipando para evitar um quadro pior do que o pico anterior. “Não temos certeza ainda. Mas, como tínhamos a primeira onda, e falava-se da segunda e veio a segunda onda, agora estamos nos preparando, sim, para a terceira onda, uma vez que temos o Inverno, quando a transmissibilidade aumenta. Então, claro, temos que nos precaver, pecar pelo exagero. Estamos nos preparando com materiais, medicamentos, não abrindo cirurgias à vontade. Se vier, com certeza virá com uma onda mais letal que a segunda”, disse.

A primeira onda da pandemia foi há um ano, quando a doença chegou ao país e fez diversas vítimas. No fim de 2020, a Covid-19 ensaiou uma nova onda, mas ela se confirmou como sequência da primeira, e só veio a acontecer de fato entre fevereiro e março de 2021. Em abril e maio, o país viu uma redução pequena de casos, mas que pela insistência em manter uma estabilidade e pela chegada do inverno, pode resultar no aumento de infectados e mortes, culminando na terceira onda.

Projeção internacional

O Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação da Universidade de Washington, nos EUA, que tem se destacado por suas projeções certeiras desde o início da pandemia, indica que o país poderá chegar à trágica marca de 751 mil mortes por Covid-19 até 27 de agosto. E isso em cenário que inclui o uso de máscaras por 95% da população no país.

No pior cenário projetado pelos analistas americanos, em que a variante P.1, que emergiu em Manaus e já se espalhou por 16 países latino-americanos, continue se espalhando e vacinados abandonem o uso de máscara, o país pode voltar ao patamar de 3.300 mortes diárias em torno de 21 de julho e alcançaria 941 mil mortes em 21 setembro.

Os dados do Instituto de Métricas são usados em avaliações da pandemia pela Casa Branca e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço latino-americano da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Rádio Rural

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