HSF atinge recorde de internações e tem fila de espera por leitos

O Hospital São Francisco teve um novo recorde de internações nesta terça-feira, dia 02. Conforme o boletim divulgado pela unidade hospitalar, são 105 pessoas internadas nas alas da covid. Destas, há uma criança e cinco pessoas de fora do Alto Uruguai Catarinense. 

De acordo com as informações, com a ampliação de leitos, a Unidade de Terapia Intensiva tem 20 internados – lotação total. Outro dado que chama a atenção é que de 105 internações, 104 pacientes internados são positivados e apenas um apresenta suspeita de covid-19.

A unidade informou ainda que seis pessoas estão na fila, sendo quatro para leitos de enfermaria e outros dois, para UTI. Agora, no total, o Hospital São Francisco tem 85 leitos de enfermaria e 20 leitos de UTI, totalizando 105 – todos ocupados.

Em publicação, a unidade voltou a reforçar os pedidos de precauções à população: “utilização de máscaras e álcool em gel e a não realização de aglomerações. O momento atual é de muita cautela e empatia”, disse o HSF.

SAIBA MAIS:

ompletando um ano no Brasil, a pandemia chegou agora ao seu pior momento, informou o diretor técnico do Hospital São Francisco, Dr. Juliano Copetti, em entrevista à reportagem da Rural na manhã desta terça-feira, dia 02. O número de internados, em relação ao dia anterior, já subiu e são 104 pacientes na unidade hospitalar – ontem, eram 101.

Com lotação máxima, faltam vagas. Conforme Copetti, na noite desta segunda, o Hospital São Francisco tinha 17 pessoas na fila, aguardando por um leito de enfermaria. Estes pacientes com a doença eram acomodados no serviço de emergência. Além disso, conforme o diretor, há fila inclusive para UTI, de pessoas que estão na ala clínica, mas necessitam do tratamento intensivo.

“Estamos chegando em um ano de combate e, sem dúvida, este é o pior momento que estamos enfrentando. Estamos com o hospital completamente lotado. A situação é preocupante e precisamos da ajuda da população para passar esse obstáculo”, disse ele.

O alerta de colapso, emitido pela instituição de saúde na última semana, continua, lembra o diretor técnico. “Com certeza [ o alerta continua]. Nós estamos com nossa capacidade exaurida. Temos uma equipe fantástica de médicos, enfermeiros, técnicos. Mas a estrutura física está no limite”.

Nas últimas semanas, o hospital teve a ativação de novos leitos de enfermaria. Foi de 36 para 84, deixando boa parte da unidade de saúde apenas para atender a pacientes da covid. Já nesta segunda, houve a ampliação de quatro leitos na UTI, indo a 20, revelou o diretor.

“O Hospital, em uma demonstração de grande força, nos últimos dias abriu cerca de 50 leitos de enfermaria, e ontem mais quatro leitos de UTI, que já havíamos tratado com o governo do Estado. E no momento que a gente abriu, não demorou meia hora, os quatro leitos já estavam preenchidos. Inclusive, temos pacientes da enfermaria que têm indicação de UTI, mas não temos vagas mais. Estamos esperando remanejo de pacientes”.

Com esse avanço da doença, neste novo momento da pandemia e de pico de contaminados, o perfil de infectados mudou, e não está mais restrito a idosos. Copetti diz que há pacientes de todos os perfis dentro do Hospital São Francisco. Inclusive, uma criança de nove anos.

“Os pacientes são mais jovens, mais graves, e com evolução bem mais rápida do que era antes, isso preocupa muito. Alguns meses atrás, nossa preocupação eram os idosos. A doença mudou, e está acometendo todas as faixas etárias. Temos vários pacientes na faixa de 30 a 40 anos, e alguns grave. Ontem, chegou uma menina de 9 anos, com acometimento importante. Está em uma maneira bem mais agressiva”.

Vários fatores explicam a aceleração de casos, não apenas na região, mas em todo o país. Conforme o diretor técnico, a falta de manutenção das medidas sanitárias de proteção contra a covid-19 é uma das explicações. Outra, pode ser a circulação de uma variante do coronavírus.

“Tem vários fatores. Mas, o principal, no meu ponto de vista, é o desrespeito às regras de combate à pandemia. Pessoas aglomerando, muitas pessoas não usando máscara, não respeitando o distanciamento. Claro, hoje temos a plena certeza de que temos a variante do Amazonas circulando na região. E essa mutação, o contágio é mais rápido. E a doença, neste período, mudou”.

O diretor técnico também apelou à população para respeitas as recomendações básicasdo coronavírus, como distanciamento e uso do álcool em gel. Ele também analisa os efeitos do lockdown parcial, que iniciou em Concórdia na semana passada e deve ir até esta quarta-feira.

“O lockdown é uma das últimas medidas a serem tomadas, e o objetivo dele é restrição. Como a população não respeita regras, tem que ser tomada essa medida. O lockdown diminui o contágio, com isso a gente consegue achatar esse pico de curva de contágio. É uma medida válida, que a gente achaque tem grande utilidade neste momento. Estamos, de maneira geral, em estado de colapso. Conclamo a toda a população a tomar todas as medidas cabíveis. Juntos, venceremos essa batalha.”

Rural

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