Infectologista faz novo alerta

Quando o assunto é Covid-19, toda prudência é necessária. O novo vírus ainda é um desconhecido. Apesar de diversos estudos e teses em análises, bem como testagens de medicamentos, por especialistas na área científica, o que se tem de concreto é muito pouco.

No entanto, este pouco, é o único caminho seguro para combatê-lo e evitar a contaminação. Ou seja: Lavar bem as mãos ou usar álcool em gel para desinfecção, usar máscaras da maneira correta, cobrindo o nariz e a boca, as portas de entrada do novo coronavírus que provoca contaminação e desenvolvimento desta grave doença que é a Covid-19. Além disso, o indispensável o distanciamento social, de no mínimo 1,5 metro. Estas são as medidas eficientes para prevenção deste mal.
Nada de receitas milagrosas, remedinhos que não passam de placebos e causam uma falsa sensação de proteção. Outro recado importante chega através da área médica, pela infectologista do Hospital São Francisco de Concórdia, Clarissa Guedes, que continua na linha de frente de salvamento dos pacientes acometidos pela doença e que se diz extremamente preocupada com a propagação de orientações deturpadas sobre o trato do vírus com medicações alternativas.
O Folhasete conversou com a especialista que aprofundou o assunto e alertou: “Tanto a Sociedade Brasileira de Infectologia e de Pneumologia, bem como a Sociedade Brasileira de Medicina Intensiva tem a mesma opinião, em função de que existem muitos trabalhos mostrando que com a hidroxicloroquina não há diferença nenhuma na evolução dos doentes para prevenção da piora clínica, nem para tratamento precoce ou para prevenção à transmissão. E no paciente grave, há vários trabalhos comprovando que estes acabam fazendo arritmia, então estabiliza a parte cardíaca, e é justamente por isso que é contraindicado o uso deste medicamento. Nós não temos usado esta droga desde maio”. Relatou que “muitas pessoas nos ligam e questionam se estamos ministrando a hidroxicloroquina. Não usamos. A ivermectina, zinco, vitamina C, D, também não tem nenhuma evidência científica de uso. Não prescrevemos em nenhum estágio da doença”.
Ressalta que “nosso protocolo é basicamente com uso de anticoagulante, porque como trata-se de uma doença trombótica, muitos pacientes infartam, fazem trombose venosa, tromoembolismo pulmonar, então a gente acaba usando e tem também certa ação antiviral. Usamos corticóide endovenoso quando o paciente chega dessaturado, ou seja, quando a oxigenação baixa, é indicado usar. E como eles normalmente chegam com quadro de infecção generalizada, com alguns sinais de de instabilidade, usamos antibióticos tratando como sepse bacteriana, porque eles geralmente tem comprometimento secundário por infecção bacteriana. isso é o que tem tirado o paciente da condição grave. As outras drogas orais que estão difundindo irresponsavelmente por aí, não tem indicação nenhuma”.
Clarissa Guedes destaca que os profissionais médicos não estão brincando, testando as pessoas como cobaias. “Quem disse que tem muita certeza de que deve usar hidroxicloroquina, ivermectina, e outras drogas, tem que abrir o olho”. Outro detalhe, segundo a infectologista, é que somente os médicos sabem prescrever quais as dosagens certas de cada medicação. “Não fiquem se automedicando, fazendo teste com a própria saúde, porque estão usando placebos achando que está funcionando, e não está. Pelo contrário, pode causar outros problemas e bastante sérios como intoxicar, fazer hepatite medicamentosa. Tem paciente com asma que pode fazer bronco-espasmo”. Orienta que “o que se pode usar via oral, é dipirona que é analgésico e diminui a dor, mas para quem não tem alergia a dipirona. se tiver, usa paracetamol. Para náuseas, usa zofran ou dramim. Quando tem cólica e diarreia, buscopan, mas cada paciente é único, o caminho certo é buscar atendimento médico profissional, porque isso não é receita de bolo. Precisa examinar, avaliar”.
Chamou atenção para o fato de algumas cooperativas médicos distribuindo uma espécie de ‘kit Covid’. “Isso não é embasado em nenhum trabalho, não tem nenhuma comprovação científica, e as entidades responsáveis pela regulação da medicina não indicam essas drogas. É muito perigoso essas pessoas tomarem, porque ficam com a falsa sensação de que estão protegidas, e na verdade não estão”, finaliza.

Produção: Jornalismo Folhasete

- Publicidade -
spot_img

Mais lidas

×