Inter leva 2×0 e se complica na Sul-Americana

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O primeiro desafio de mata-mata de Mano Menezes à frente do Inter foi o pior possível. Na abertura das oitavas de final da Copa Sul-Americana, o time perdeu para o Colo-Colo, no Chile, por 2 a 0, em uma atuação desastrada do sistema defensivo e apagada do ofensivo. Com o resultado, precisará ganhar por três ou mais gols de diferença no tempo normal, na terça-feira que vem (5), no Beira-Rio, para avançar às quartas. Se vencer por dois, leva a disputa para os pênaltis. Qualquer placar diferente desse elimina a equipe gaúcha.

Confira a tabela da Sul-Americana

Mano perdeu De Pena, que viajou ao Chile na esperança de ter condições de jogo, mas um desconforto muscular lhe impediu de atuar. Sem o uruguaio, o meio-campo colorado teve Johnny como titular, ao lado de Gabriel. À frente deles, Edenilson e Alan Patrick, com Pedro Henrique aberto na esquerda. Alemão recuperou o lugar de centroavante. A outra novidade foi na zaga, com Mercado e Vitão voltando a formar a dupla, e Heitor na vaga de Bustos na lateral direita. Moledo começou no banco.

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Mesmo com as restrições do governo chileno para conter o avanço da covid, que permitiu apenas 10 mil lugares liberados no Estádio Monumental David Arellano, havia um certo barulho da torcida, que empurrou o Colo-Colo para cima do Inter nos minutos iniciais. Solari, duas vezes pela direita, deu trabalho à defesa. Em uma, chutou e Daniel defendeu. Na segunda, cavou o escanteio que se transformou em cruzamento, linha de passe de cabeça na área e conclusão nas mãos do goleiro.

O Inter levou 10 minutos para se assentar no jogo. Foi quando Pedro Henrique justificou a boa fase e quase abriu o placar. O atacante trouxe da ponta para o centro, abriu espaço e arriscou, de fora da área. A bola explodiu na trave, voltou para o meio e ninguém aproveitou o rebote.

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No lance seguinte, o Colo-Colo respondeu. E foi letal. Um balão para cima, em direção ao lado direito da defesa do Inter, poderia ter sido facilmente cortado por Heitor. O lateral, porém, bobeou, deixou a bola quicar e foi vencido por Costa. O ponta ajeitou para o meio e o centroavante Lucero, goleador da equipe, deslocou Daniel: 1 a 0.

A vantagem incendiou os chilenos _ e apavorou os gaúchos. Os minutos seguintes foram de pressão total e duas chegadas perigosas. Costa abriu o passe para a direita, Solari bateu cruzado e Lucero chegou levemente atrasado. Logo depois, em cobrança de escanteio, a zaga do Inter não cortou, Lucero evitou a saída e deu de bicicleta, por cima de Daniel. Novamente, não havia ninguém para completar.

O time visitante tentava retomar algum controle, mas precisou ser alterado. Renê saiu de campo lesionado, dando lugar a Moisés, aos 27 minutos. Quando conseguia colocar a bola no chão e trocar passes, o Inter levava perigo. Aos 29, Alemão e Alan Patrick tabelaram, entraram na área, e o camisa 10 só não empatou porque foi travado na hora da conclusão. 

A partida continuou brigada, com superioridade dos chilenos e alguns lances ríspidos nos momentos finais do primeiro tempo. O Colo-Colo, aliás, teve uma oportunidade de ampliar em um lance que daria bastante confusão. O árbitro atrapalhou uma tabela colorada, ficando no caminho de Edenilson, e permitiu que os donos da casa contra-atacassem. O cruzamento de Solari encontrou Lucero, mas Mercado chegou a tempo de salvar.

O técnico colorado não desafiou a lógica, quando teve a oportunidade de conversar com seu time, no intervalo. Mano voltou do vestiário com Moledo no lugar de Heitor, passando Mercado para a lateral direita.

O que poderia aumentar a segurança defensiva, porém, virou água aos nove minutos. Isso porque, novamente, o Inter não competiu como deveria. Após receber um passe da direita, na intermediária, Lucero ganhou de Mercado a primeira dividida, a bola sobrou para Solari, que passou por Johnny, driblou Moledo e não perdoou Daniel. 

Com o 2 a 0, o Colo-Colo teve ainda mais tranquilidade para apostar em contragolpes. O Inter, desordenado, tentava chegar à frente. Mas faltava contundência, habilidade, força.

Para mudar isso, Mano fez mais duas trocas: entraram David e Mauricio, saíram Gabriel e Alan Patrick. Com essas mexidas, Pedro Henrique foi para a ponta direita, David ficou na esquerda e Edenilson tornou-se dupla com Johnny na frente da área.

As mexidas não surtiram efeito. O time não conseguia nem criar com construção por baixo nem forçando bola ao centroavante. O Colo-Colo administrava sem sustos. E ameaçava quando queria.

A última tentativa de mudar o cenário foi a entrada de Estêvão na vaga de Pedro Henrique. Mas era o time da casa quem atacava. Aos 35, deixou de matar. Lucero recebeu na área, tentou driblar Mercado, que se recuperou e impediu o chute. Ainda assim teve força para passar a Gil, que tentou de voleio, mas o chute foi para fora.

O único chute colorado na segunda etapa saiu apenas aos 40. Mauricio, de fora da área, levou perigo, mas a bola passou ao lado da trave. Aos 42, o Inter até conseguiu diminuir o placar. Moisés cruzou e Estêvão marcou. Mas o árbitro reviu o lance e encontrou uma falta na origem da jogada e anulou o gol. Final de jogo, 2 a 0. O Inter vai precisar bem mais do que um gol anulado na semana que vem para tentar a reviravolta. Antes, no sábado (2), tem o Ceará, fora de casa, pelo Brasileirão.

Gaúcha/ZH