Mais de 5 mil mortes e destruição na Líbia

Enchentes provocadas por uma tempestade deixaram mais de 5 mil pessoas mortas e 10 mil desaparecidas na Líbia. No domingo (10), a forte chuva provocou o rompimento de barragens, resultando em uma onda de lama e destruição na cidade de Derna, na costa leste do país.

Líbia
Líbia (Foto: Planet Labs PBC via AP)

A Líbia fica no norte da África, sendo banhada pelo Mar Mediterrâneo. Desde 2011, com a queda de Muammar Kadhafi e o encerramento de um período de 42 anos de ditadura, o país vive mergulhado em uma crise política e disputa por poder.

  • No domingo, o país foi atingido pela tempestade Daniel.
  • Entre as cidades mais atingidas está Derna, por causa do rompimento de barragens. A área tem mais de 100 mil habitantes.
  • A tragédia expôs a fragilidade de infraestrutura e a crise que divide o país.
  • Com grupos diferentes controlando governos paralelos, há conflitos entre informações oficiais e sobrecarga nos serviços públicos.

Cidade destruída: Derna, no leste da Líbia, está entre as cidades mais atingidas pela tempestade. Além do grande acumulado de chuva, a região também enfrentou o rompimento de duas barragens.

  • Derna é cortada por um rio que desemboca no mar. Por este motivo, a região conta com barragens que foram construídas para proteger o núcleo urbano.
  • Durante a tempestade, moradores relataram que ouviram explosões, provocadas pelos rompimentos das barragens.
  • Os rompimentos aconteceram por volta da meia-noite, quando muitos moradores já estavam dormindo.
  • Segundo as autoridades, a força da água arrastou imóveis e centenas de pessoas em direção ao mar.
  • Cerca de 25% da cidade desapareceu, de acordo com o ministro da Aviação Civil, Hichem Abu Chkiouat.
  • A parede de água “apagou tudo em seu caminho”, disse o morador Ahmed Abdalla.
  • Até a última atualização, 5,3 mil mortes haviam sido confirmadas.
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Vista geral da cidade de Derna, na Líbia, em 12 de setembro de 2023 — Foto: AP Photo/Jamal Alkomaty

Após o rompimento: Derna enfrentou um cenário de guerra após o rompimento das barragens do rio Wadi Derna. Edifícios inteiros desmoronaram, e carros amanheceram empilhados.

  • Na segunda-feira (11), a cidade amanheceu inundada. Imagens divulgadas pela televisão local mostraram a água barrenta entre edifícios e casas de Derna.
  • Com a água baixando aos poucos, as ruas da cidade ficaram cobertas de lama e destroços.
  • Os corpos das vítimas também começaram a aparecer em diversos locais, como nas ruas, em vales e em cima de prédios.
  • Hospitais ficaram lotados. Além dos mortos e dos feridos, famílias procuraram por socorro para tentar localizar parentes que tinham desaparecido.
  • “Nunca me senti tão assustado como agora… Perdi contato com toda a minha família, amigos e vizinhos”, disse Karim al-Obaidi que viajou de Trípoli para o leste do país em busca de informações.
  • A estimativa é de que 10 mil pessoas estejam desaparecidas.

Tempestade Daniel: o fenômeno se formou na primeira semana de setembro, na região do Mediterrâneo.

  • A tempestade começou causando estragos e deixando estragos na Grécia, no dia 4 de setembro.
  • Depois disso, “Daniel” se deslocou em direção à África, passando pelo norte do continente.
  • Dados oficiais sobre os acumulados de chuva ainda não foram compilados. No entanto, segundo o especialista em clima Christos Zerefos, secretário-geral da Academia de Atenas, o total na Líbia pode chegar a 1.000 mm em dois dias.
  • Benghazi, a segunda maior cidade da Líbia, e outras regiões também foram atingidas pela tempestade.

Conflito na Líbia: Em 2011, a Líbia foi dividida entre governos rivais após a queda de Muammar Kadhafi. A administração reconhecida pela ONU está baseada em Trípoli. No entanto, essa gestão não tem controle sobre o leste do país, que foi mais afetado pela tempestade.

  • Atualmente, a Líbia tem dois primeiros-ministros: Abdul Hamid Dbeibah fica em Trípoli e comanda a faixa oeste; já Ossama Hamad governa o lado leste da cidade de Benghazi.
  • Ambos os governos possuem apoios de países diferentes. Enquanto Trípoli tem o apoio da Turquia, Catar e Itália, o governo de Benghazi é respaldado por Egito, Rússia e Emirados Árabes.
  • Mesmo diante da pressão internacional, o país enfrenta dificuldades em ser unificado. Em 2021, uma eleição chegou a ser marcada, mas acabou adiada.
  • Diante da disputa, conflitos violentos entre grupos rivais já mataram dezenas de pessoas. Em agosto, por exemplo, um confronto entre grupos armados deixou 45 mortos em Trípoli.
  • A Líbia também possui grandes reservas de petróleo. No entanto, a riqueza reflete muito pouco no dia a dia da população.
  • A divisão do país e a tempestade provocou o colapso de serviços públicos.

Com informações, G1

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