O desaparecimento e a morte da auxiliar de cozinha Roseli Fátima Stoll, de 38 anos, completou um mês no dia 2 de janeiro e o corpo segue desaparecido. O ex-companheiro de Roseli confessou à PC (Polícia Civil) que teria matado a mulher asfixiada com uma cinta e o corpo foi jogado em um lago amarrado a uma pedra, no município de Alto Bela Vista, no Oeste de Santa Catarina.
Roseli tinha 38 anos e foi morta pelo ex-companheiro.
O Corpo de Bombeiros Militar encerrou as buscas pelo corpo da vítima no dia 17 de dezembro. A operação se concentrou no lago de uma usina hidrelétrica no interior do município de Alto Bela Vista, a cerca de 10 km do Centro, onde o namorado da vítima e indicou ter dispensado o corpo.
Foram 10 dias de buscas na comunidade de Entre Rios. O ponto indicado pelo suspeito pode chegar a uma profundidade de 25 metros, equivalente a um edifício de 10 andares.
Os bombeiros realizaram 15 mergulhos e vasculharam cerca de 100 km do rio durante esse período. Após a suspensão das buscas pelo corpo, os familiares decidiram seguir procurando o corpo no lago.
Família quer respostas
Inconformados, familiares ainda aguardam por respostas e querem o corpo de Roseli para dar a ela uma despedida digna. Nesta terça-feira (4) a partir das 17h familiares devem fazer um protesto percorrendo algumas ruas da cidade de Concórdia até a DIC (Divisão de Investigação Criminal) para cobrar da Polícia Civil que o corpo seja encontrado.
O delegado responsável pela investigação, Alvaro Weinert Optiz, informou que o Inquérito Policial foi concluído e o caso encaminhado ao MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) que ofereceu a denúncia contra o suspeito no dia 17 de dezembro.
Corpo de Bombeiros trabalhou por 10 dias nas buscas – Foto: Corpo de Bombeiros Militar/ND
De acordo com o promotor, Luís Otávio Tonial, responsável pela 2ª Promotoria de Justiça de Concórdia, consta na denúncia a prática de dois crimes: homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. As qualificadoras do homicídio são morte por asfixia, a dificuldade de defesa da vítima e o feminicídio que configura a questão da violência doméstica.
O processo foi encaminhado ao Poder Judiciário e será analisado por um juiz que vai verificará a existência de indícios suficientes para o recebimento da denúncia. A partir disso, inicia o processo criminal contra o acusado.
Relembre o caso
Roseli morava no bairro Nações, em Concórdia. A mulher foi vista pela última vez em um restaurante na área central, logo após sair do trabalho, por volta das 19h40 do dia 2 de dezembro. Familiares registraram um Boletim de Ocorrência no dia 6 de dezembro, pois ela não foi trabalhar e a casa não tinha sinais de arrombamento.
O ex-namorado da mulher já era investigado pela polícia, pois estava foragido e teria passado por Florianópolis (SC) e Caxias do Sul (RS). Os dois estavam juntos há cerca de sete meses e ele não aceitava o fim da relação.
A auxiliar de cozinha pretendia terminar o relacionamento na noite do dia 2 de dezembro, quando foi morta asfixiada com uma cinta na casa do ex-companheiro. O motivo para o término seria porque Roseli tinha o desejo de ir para o Paraná visitar seus filhos sozinha e o companheiro não concordava.
Casa que Roseli morava em Concórdia – Foto: Nadia Michaltchuk/ND
Segundo o delegado, a investigação apontou que naquele dia Roseli deixou seu local de trabalho, caminhou até as proximidades do hospital de Concórdia e entrou no carro do então companheiro.
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento que o casal chega a casa do homem. “Ele entra na casa ascende as luzes e a mulher fica do lado de fora, o que dá a entender que, em tese, ela não foi obrigada a ir até o local”, pontua Optiz.
O crime teria ocorrido entre 21h e 22h quando gritos foram ouvidos no interior da casa. A investigação apurou, ainda, que mais ninguém entrou no local nesse período.
Conforme o delegado, na manhã do dia 3 de dezembro, próximo ao meio dia, o homem retirou o corpo de Roseli enrolado em um lençol, levou até seu carro que estava na garagem e foi até Alto Bela Vista. “Há registros de que o carro passou na SC-390 e voltou cerca de 1h30 depois pelo mesmo trajeto.”
O homem segue preso preventivamente no Presídio Regional de Concórdia.
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Com informações ND+