Carlo Ancelotti não é um David Copperfield à italiana para, em um passe de mágica, fazer a Seleção Brasileira reviver seus melhores dias. Os primeiros rabiscos da obra do técnico italiano à frente do Brasil surgiram no 0 a 0 com o Equador, nesta quarta-feira (5). Em um jogo de poucas chances, ele sabe que precisará de novas tintas em relação às utilizadas em Guayaquil para alavancar o seu trabalho.
As novas cores podem ser utilizadas na terça-feira (10), quando o time de Ancelotti recebe o Paraguai, em São Paulo. Com o ponto conquistado no Equador, a Seleção está na quarta colocação das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. Nesta sexta (6), caso a Colômbia vença o Peru, o time brasileiro pode cair para o quinto lugar. O Equador é o segundo colocado.
Ecco! A primeira escalação de Ancelotti esteve mais voltada ao passado do que ao futuro. Esquecidos pelos antecessores do italiano, o lateral Alex Sandro, o volante Casemiro e o atacante Richarlison começaram a partida. O único estreante no time foi o zagueiro Alexsandro. Estevão foi titular pela primeira vez.
Dio mio!, como a Seleção teve problemas para criar chances de ataque. Vinícius Júnior jogou da esquerda para o centro, mas longe de uma apresentação do nível que Ancelotti se acostumou a ver no Real Madrid. Ao mesmo tempo, o Brasil não sofreu na defesa. Em alguns momentos, a marcação alta dos três jogadores de frente funcionou. Em outros, deixou um buraco para o Equador avançar.

Foto: Rodrigo BUENDIA / AFP
Veramente o Brasil ocupou o campo de ataque entre os 15 e os 21 minutos do primeiro tempo. Foi o período em que o time mais controlou a bola e pressionou a defesa adversária. No período, saiu a melhor chance do primeiro tempo. O passe curto de Gerson ainda encontrou Vinícius Junior. Mesmo sem as melhores condições, ele arrematou, mas parou no goleiro.
“Grazie mille” poderia ter dito o goleiro Alisson no primeiro chute equatoriano, aos 24 minutos. O arremate de fora da área de Yepoah foi defendido com tranquilidade. Instantes depois, o camisa 1 brasileiro saiu mal do gol, mas nenhum adversário se aproveitou da falha.
Segundo tempo
Mamma mia! O Brasil voltou com os mesmos jogadores para o segundo tempo. Como consequência, o futebol pouco empolgante se repetiu. Uma furada de Richarlison, aos 7 minutos, foi o lance de maior volúpia ofensiva da Seleção na primeira metade da segunda etapa. Um chute de Yepoah foi o único momento em que Alison sujou as luvas. Os três minutos de demora para trocar uma das bandeirinhas de escanteio surgiu como o momento mais divertido das ações iniciais.
Allora (então), Ancelotti recorreu ao banco de reservas. Martinelli e Matheus Cunha ganharam oportunidade. As trocas não mudaram o panorama. As dificuldades para superar a linha do Equador colocada à frente da área persistiram.
Un vecchio conhecido de Ancelotti realizou a melhor chance brasileira. Após jogada de Vinicius Júnior, Casemiro, de dentro da área, chutou mal. E nada mais o Brasil produziu até o fim da estreia de Ancelotti.
A bandeira do Brasil utilizada durante a execução tinha uma versão estranha, com uma quantidade menor de estrelas. Ainda sem saber cantar o “Ouviram do Ipiranga”, Ancelotti espera que uma das estrelas faltantes no símbolo nacional se junte às outras cinco existentes na camisa da Seleção. Mas sabe que ainda há muito trabalho por fazer. Al lavoro, Carletto!
Eliminatórias — 15ª rodada — 5/6/2025
Equador (0)
Valle; Ordoñez, Pacho, Hincapié e Estupiñán; Caicedo, Vite, Minda (Preciado, INT) e Angulo (Medina, 43’/2ºT); Alan Franco e Yeboah (Kevin Rodríguez (32’/2ºT). Técnico: Sebastian Beccacece.
Brasil (0)
Alisson, Vanderson, Marquinhos, Alexsandro Ribeiro e Alex Sandro; Casemiro, Bruno Guimarães (46’/2ºT) e Gerson (Andrey Santos, 32’/2ºT): Estêvão (Martinelli, 18’/2ºT), Richarlison (Matheus Cunha,18’/2ºT) e Vinicius Junior. Técnico: Carlo Ancelotti.
ARBITRAGEM: Árbitro Piero Maza, auxiliado por Claudio Urrutia (C) e Alejandro Molina. VAR: José Cabero (quarteto chileno)
LOCAL: Estádio Monumental Banco Pichincha, em Guayaquil (Equador).
Próximo jogo
Terça-feira, 10/6 – 21h45min
Brasil x Paraguai
Arena Corinthians – Eliminação (16º rodada)
Gaúcha/ZH