Paralisação de caminhoneiros em SC: o que querem e os planos para esta segunda-feira

Caminhoneiros fazem protesto contra a alta no preço dos combustíveis na BR-040, próximo a Brasília.

A greve nacional dos caminhoneiros está prevista para ser deflagrada nesta segunda-feira (1º), em vários pontos do Brasil. O ato, no entanto, divide a categoria em Santa Catarina, onde 48% dos caminhoneiros apoiam a paralisação, de acordo com pesquisa da Fretebras.

Além disso, neste sábado (30) a Justiça Federal emitiu um despacho com a decisão de proibir bloqueio de trechos da BR-101 no Estado, além de outros pontos da BR-116 e BR-376, no Paraná.

O presidente da Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Navegantes e Região), Vanderlei de Oliveira, disse que atos estão planejados em pelo menos seis municípios catarinenses: Navegantes, Itajaí, Itapoá, na Serra em Lages, e Xanxerê e Chapecó.

Em contrapartida, caminhoneiros autônomos de outras regiões, como Joinville e Araranguá, não irão aderir à greve.

O que reivindicam os caminhoneiros

Dentre as bandeiras dos caminhoneiros estão o cumprimento do valor mínimo do frete rodoviário, a aposentadoria especial para a categoria (aos 25 anos de trabalho) e a mudança na política de preços para combustíveis da Petrobras para reduzir a flutuação do diesel.

A categoria ataca a política de PPI (preço de paridade de importação), adotada pela Petrobras, e propõe a política de PPE (preço de paridade de exportação), baseada exclusivamente em custos nacionais.

O anúncio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de oferecer o valor de R$ 400 mensais em auxílio diesel foi criticado pela CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística).

Lideranças dos caminhoneiros também não apoiaram o anúncio do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) sobre o congelamento do valor do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado pelos Estados nas vendas de combustíveis, pelo prazo de 90 dias.

A categoria alega que a mudança não vai resolver o problema central do aumento do preço dos combustíveis. “Congela-se o ICMS, e o PPI continua. Significa perda de arrecadação para os estados e lucros para os acionistas [da Petrobras]”, disse Edvan Ferreira, uma liderança do Piauí ao UOL.

Justiça proíbe bloqueios

Uma decisão da juíza Giovanna Mayer, da 5ª Vara Federal de Curitiba, despachada neste sábado, proíbe o bloqueio de trechos da BR-101, em Santa Catarina, e da BR-116 e BR-376, no Paraná, durante manifestações marcadas para segunda.

Os trechos com proibição de bloqueio são: BR 116/PR, do km 71,1 até km 115,1; BR 376/PR, km 614 até km 682,20; BR 101/SC, do km 0,00 até km 244,680.

Em caso de descumprimento, a juíza de Curitiba fixou multa no valor de R$ 500 por indivíduo e por hora, independentemente das demais sanções cabíveis pelo descumprimento da ordem judicial.

O que dizem as entidades

A Fetrancesc (Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina) informou que não para suas atividades, mas pede ao Estado para garantir a segurança dos motoristas nas estradas.https://d28f0a848e463626760d06fec5eada28.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

“A Fetrancesc representa as empresas do Transporte Rodoviário de Cargas e as empresas não param as atividades. Contudo, pra garantir o abastecimento, precisamos que o Estado garanta a segurança dos nossos motoristas nas estradas.”

A CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas) e a CNTTL assumiram a frente do movimento junto à Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores).

Outras entidades, no entanto, são contrárias ao movimento. Como a CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos), que diz que não identificou adesão de seus sindicatos e federações à greve.

Relembre a paralisação de setembro

No feriado do dia 7 de setembro, caminhoneiros promoveram paralisações em diversas regiões do país. O movimento durou cerca de três dias. Em Santa Catarina, houve pontos de bloqueio em rodovias estaduais e federais, além de centros de distribuição de combustíveis.

As liberações ocorreram após negociações envolvendo a categoria, forças de segurança e Estado.

Com informações ND+

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