Previsão Climática para o trimestre Junho, Julho e Agosto de 2024

No momento, o fenômeno El Niño, que deixa as chuvas mais frequentes e intensas, encontra-se em transição para a neutralidade e deve evoluir para uma La Niña entre o final do inverno e o início da primavera (Figura 1). Desta forma, o inverno deve ser sem a influência do fenômeno no Sul do país. 

Figura 1: Previsão probabilística do fenômeno El Niño – Oscilação Sul. Fonte: Climate Prediction Center (CPC).
Figura 1: Previsão probabilística do fenômeno El Niño – Oscilação Sul. Fonte: Climate Prediction Center (CPC).

Ressalta-se que a transição ocorre de maneira lenta e, assim, ao longo do mês de junho são esperadas chuvas dentro a acima da média no litoral e áreas próximas, enquanto no Grande Oeste as precipitações ficam próximas da média. Já nos meses de julho e agosto a expectativa é de chuvas abaixo da média em todas as regiões catarinenses. 

Com isso, o inverno, que é a estação menos chuvosa no estado, deve ser de chuvas próximas da média nas áreas litorâneas e abaixo da média entre o Grande Oeste e os planaltos. Apesar disso, não se pode excluir a passagem de sistemas meteorológicos, como ciclones e frentes frias, que favoreçam eventos de chuva volumosa no estado. 

O próximo trimestre engloba a estação mais fria do ano, mas a previsão indica que as temperaturas ficarão acima da média. Ou seja, é esperado um inverno mais ameno, mas isso não exclui a chance de episódios de frio intenso, com ocorrência de geadas e precipitação invernal. No entanto, os eventos de frio intenso devem ser menos frequentes. 

CLIMATOLOGIA

O trimestre de Junho, Julho e Agosto encerra a estação do outono e dá início ao inverno no Hemisfério Sul. Do ponto de vista climatológico, a chuva neste trimestre é provocada pela maior passagem de frentes frias e atuação de ciclones extratropicais, que também tendem a provocar episódios de agitação marítima e ressaca no litoral. Também ocorrem temporais nesta época do ano, porém com menor frequência, que resultam em ventos fortes e queda de granizo. De acordo com a climatologia, a chuva média nesses meses é a menor do ano em Santa Catarina, sobretudo nas áreas litorâneas, Vale do Itajaí e norte do estado, com valores mensais variando de 90 a 130 mm. Já nas cidades do Grande Oeste e Planalto Sul, a precipitação oscila de 110 a 180 mm. Nesta época do ano, são frequentes entradas de massas de ar frio, que provocam quedas significativas nas temperaturas, além da condição de amplitude térmica (com frio no amanhecer e com temperaturas amenas nas tardes), resultante do tempo mais seco. Além disso, são comuns episódios de veranicos, onde são observados dias consecutivos de temperaturas acima da média. 

HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS

Segundo o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), durante 29 anos de levantamento de dados (1995-2019), foram registradas 5540 ocorrências por desastres. 

É possível notar que a maior parte das ocorrências registradas neste período histórico ficaram concentradas nos meses em que as temperaturas no estado são mais elevadas, entre setembro e março (Figura 2). Além disso, na análise desta série de dados, o trimestre junho, julho e agosto apresentou uma diminuição significativa no número de ocorrências registradas em relação aos outros meses do ano. 

Figura 2. Distribuição mensal das ocorrências (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.
Figura 2. Distribuição mensal das ocorrências (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.

No trimestre junho, julho e agosto, as chuvas intensas e enxurradas são as principais ocorrências. O mês de junho corresponde ao quarto e décimo mês em que ocorreram mais eventos de chuvas intensas e enxurradas, respectivamente (Figuras 3 e 4). Através da figura, é possível observar uma média de 40 a 50 ocorrências associadas às chuvas intensas em junho e julho, que somadas representam pouco mais de 20% do total de ocorrências associadas a esse tipo de evento ao longo do ano. Em agosto, esse valor diminui consideravelmente. Já com relação às enxurradas, foram observadas menos de 100 ocorrências em cada mês, sendo o período do ano em que menos ocorrências desse tipo foram registradas, embora elas ainda continuem sendo a mais frequentes se comparadas às demais. 

Figura 3. Distribuição mensal das ocorrências por chuva intensa. Fonte: UFSC, 2020
Figura 3. Distribuição mensal das ocorrências por chuva intensa. Fonte: UFSC, 2020
Figura 4. Distribuição mensal das ocorrências por enxurradas. Fonte: UFSC, 2020.
Figura 4. Distribuição mensal das ocorrências por enxurradas. Fonte: UFSC, 2020.

RECOMENDAÇÕES

No caso de alagamentos e enxurradas, evite o contato com as águas e não dirija em locais alagados. Evite transitar em pontilhões e pontes submersas. Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões.

Fique atento à rachaduras em paredes e encostas, inclinação de postes, árvores e muros e água vertendo do solo para identificar riscos de deslizamento.

Durante temporais, busque local abrigado, longe de árvores, placas e de outros objetos que possam ser arremessados. Na praia, jamais fique na água.

Para os dias mais quentes, a Defesa Civil recomenda manter os ambientes com temperaturas agradáveis, especialmente naqueles com pessoas idosas e enfermos, minimizar exposições diretas ao sol e exercícios físicos nos horários de pico de calor e hidratar-se regularmente. (Defesa Civil)

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