Vídeos: Terremoto de magnitude 7,8 atinge a Turquia

Um tremor de magnitude 7,8 atingiu uma cidade na região central da Turquia, perto da fronteira com a Síria, nesta segunda-feira (6). Na Turquia, 1.121 morreram, segundo o último balanço do governo; na Síria, foram 592, segundo a agência de notícias Sana.

Segundo relatos, o tremor durou mais de um minuto e meio; Mais de 40 réplicas foram registradas desde o terremoto principal, a última delas de magnitude 7,7. O terremoto deixou um rastro de destruição nos dois países, e milhares de pessoas estão desaparecidas.

Pessoas procuram sobreviventes nos escombros em Diyarbakir, nesta segunda-feira (6) — Foto: Sertac Kayar/Reuters

Este é o terremoto mais forte desde 1939 na região, que fica sobre várias placas tectônicas. Segundo relatos, o tremor durou mais de um minuto e meio e gerou dezenas de réplicas. A última delas foi outro terremoto de magnitude 7,6 também na região central da Turquia por volta de 13h30 no horário local (07h30 no horário de Brasília).

profundidade, de cerca de dez quilômetros, e a duração do tremor são dois fatores que explicam a grande destruição provocada – imagens mostram prédios inteiros desabados e municípios amplamente destruídos.

Vídeo: Uol

Fatores que influenciaram o terremoto

Segundo especialistas e centros de pesquisa de atividades sismológicas, os principais pontos que podem explicar, em parte, o tamanho da destruição provocada são:

  • O fato de que a Turquia fica espremida entre três placas tectônicas que se atritam – a da Eurásia ao norte, a da África-Arábia ao sul, e a Placa da Anatólia;
  • Dessa vez, o epicentro do tremor, ou seja, o ponto da superfície onde o terremoto é primeiro sentido, foi perto da cidade de Gaziantep, uma região no centro-sul da Turquia bem perto da fronteira com a Síria e próxima do encontro dessas placas;
  • Segundo o Centro Alemão de Pesquisa em Geociências, esse epicentro foi a 10 quilômetros da superfície, uma profundidade considerada baixa, muito próxima ao solo. O tremor de 1939, por exemplo, aconteceu a uma profundidade equivalente, cerca de 20 quilômetros;
  • Outro fator importante foi a força do abalo sísmico. Ao “The New York Times”, Januka Attanayake, sismólogo da Universidade de Melbourne, na Austrália, disse que a energia liberada pelo tremor desta segunda foi equivalente a 32 petajoules, uma quantidade suficiente para abastecer a cidade de Nova York por mais de quatro dias;
  • Além de toda essa enorme quantidade de energia liberada inicialmente, de acordo com o USGS, o terremoto desta segunda foi seguido, 11 minutos depois, por um tremor secundário de magnitude 6,7 e, horas mais tarde, por um de magnitude 7,5, que provocaram maiores destruições;
  • Fora isso, houve mais de 40 réplicas – tremores menores que sucederam o principal;
  • Por causa das mudanças na crosta terrestre, grandes terremotos são frequentemente seguidos por esses tremores secundários. O de 1939, por exemplo, também produziu tremores do tipo. Contudo, com o passar do tempo e a consequente recuperação das falhas, esses eventos se tornam cada vez mais raros;
  • Apesar disso, ainda de acordo com o USGS, terremotos mais rasos como esse da Turquia são muito mais prováveis ​​de serem seguidos por tremores secundários do que terremotos mais profundos, com epicentros maiores que 30 km de profundidade.

Ainda de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, desde 1970, apenas três terremotos de magnitude 6 ou mais ocorreram nas proximidades do tremor desta segunda. Um dos maiores, de magnitude 6,7, ocorreu a nordeste do terremoto de 6 de fevereiro, em 24 de janeiro de 2020.

E todos esses terremotos anteriores ocorreram ao longo ou nas proximidades da falha da Anatólia Oriental.

O terremoto danificou um castelo:

O castelo de Gaziantep, construído há pelo menos 2 mil anos, foi parcialmente destruído pelo terremoto de magnitude 7,8 que atingiu hoje a Turquia e a Síria.

Imagens feitas por um drone mostram que paredes e torres do prédio histórico, atração turística no sudeste do país, sumiram completamente após o tremor —que deixou mais de 1.400 mortos nos dois países.

Vídeo: Uol

Historicamente, houve terremotos significativos

O Círculo de Fogo do Pacífico (uma região longe desse tremor de segunda) é a área com mais terremotos no mundo. Mas, historicamente, o sul da Turquia e o norte da Síria sofreram terremotos significativos e prejudiciais no passado:

Aleppo, na Síria, por exemplo, foi devastada várias vezes por grandes terremotos:

  • Segundo o USGS, um terremoto de magnitude 7,1 atingiu a cidade em 1138 e um terremoto de magnitude 7,0 ocorreu em 1822. As estimativas de fatalidade do terremoto de 1822 chegam a 60 mil.

Já na Turquia, além do terremoto de 1939, outros eventos significativos aconteceram mais recentemente, como:

  • Um tremor de magnitude 6,7 em 2020 que atingiu o Mar Egeu e causou grande destruição na cidade costeira de Izmir, deixando 12 pessoas mortas e mais de 600 feridas.
  • Um tremor de magnitude 7,2 em 2011 que atingiu a província oriental de Van, localizada próximo ao Iraque, deixando 264 mortos e 1.300 feridos.
  • Um tremor de magnitude 6 em 2010 que atingiu o leste da Turquia, deixando 51 pessoas mortas.
  • Um tremor de magnitude 7,4 em 1999 que atingiu Istambul e o noroeste da Turquia, deixando mais de 17 mil mortos e 30 mil feridos.

Com informações, G1/Uol

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