A Polícia Civil de Santa Catarina investiga as circunstâncias que provocaram a morte do jogador de futsal Marcelo Rodrigues, de 26 anos, depois que o corpo do rapaz foi encontrado em um lago na Usina Hidrelétrica de Itá, município a cerca de 500 km de Florianópolis. Marcelo foi localizado boiando por volta das 16h de segunda-feira (15), cerca de um dia após ser visto pela última vez em uma festa realizada em um sítio às margens do lago.
De acordo com testemunhas e informações iniciais do inquérito policial, Marcelo morava na cidade vizinha de Seara e viajou até Itá com amigos para participar de uma festa que aconteceu no sábado, sem alvará ou conhecimento da polícia. Ele, no entanto, não teria mais sido visto desde a madrugada de domingo e não retornou para casa.
Os pais de Marcelo registraram um Boletim de Ocorrência na manhã do dia seguinte ao desaparecimento. O corpo foi visto horas depois por um barqueiro — uma vez que o lago é extenso e margeia diversas propriedades locais — que o encontrou já sem vida e acionou as autoridades.
Ao UOL, o delegado Marcos Giovanni Silva, responsável pela investigação do caso, conta que várias hipóteses são apuradas. No entanto, a princípio, as evidências levam a crer que trata-se de uma morte por afogamento acidental. Várias testemunhas, dentre elas os amigos que estavam com Marcelo no dia anterior ao desaparecimento e pessoas que tiveram contato com ele na festa prestaram esclarecimentos. Outras quatro pessoas serão ouvidas em Seara amanhã.
“As diligências continuam, mas ainda não temos laudos conclusivos para a causa da morte. Quando o corpo do Marcelo foi encontrado, além das marcas próprias de um corpo encontrado dentro da água, como mordidas de peixes e inchaço, não havia visualmente nenhum outro sinal que apontasse para uma
morte violenta como, por exemplo, disparo de arma de fogo ou ferimento com arma branca. Se foi morte afogamento acidental ou já estava morto quando ele caiu na água, somente o laudo vai poder esclarecer”, explica. Ainda segundo o delegado, nada impede que a coleta dos testemunhos e laudos e outras diligências possam trazer elementos que levem a polícia a outros caminhos investigatórios, como o de um crime, como chegou a circular entre populares. O delegado, por enquanto, refuta os boatos.
“Nada está claro, existe o falatório de pessoas que não têm conhecimento dos fatos e que não estavam presentes no local, que acabam criando teorias conspiratórias. Temos que ter cuidado nisso para não entrarmos numa situação, quando na verdade não temos elementos que possam dizer claramente o que aconteceu. E é para isso que existe o inquérito policial, para que sejam angariados elementos que possam levar a uma conclusão desse caso e, tão logo tenhamos tudo concluído, possamos encaminhar o relatório policial para o judiciário e o Ministério Público para análise”, conclui o delegado.
Família acredita que Marcelo foi assassinado
Em meio a dor da perda, Marcieli Rodrigues conversou com o UOL e lembrou que desde pequeno seu irmão viveu o sonho de ser jogador de futsal e chegou a ser campeão estadual defendendo a equipe de Xaxim. Mas por uma contusão ele precisou deixar as quadras e se dedicava a trabalhar com soldas e máquinas pesadas.
Marcelo também nutria a simpatia dos moradores da cidade de Seara, onde nasceu, e, segundo ela, sempre estava disposto a ajudar. Agora, a família e os amigos do ex-atleta buscam por justiça. Diferente do que aponta a investigação da Polícia, Marcieli disse ao UOL que a família descarta qualquer possibilidade de Marcelo ter sofrido afogamento acidental ou ter tirado a própria vida. A família acredita que ele foi assassinado.
Segundo Marcieli, apesar de contestar a linha de investigação com a qual a polícia trabalha oficialmente, de afogamento, a família não irá se pronunciar além disso para não atrapalhar as investigações e em respeito ao luto dos pais.
Com informações Oul esporte